Essa é a última lua cheia que passo aqui. Minha voluptuosa lua cheia! Será que lá serás tão linda? Será que lá terás a mesma cor? Que face me mostrarás lá, pequeninha e brilhante lua cheia? E que estrelas serão tuas irmãs? Que constelações velarás? Que cantos inspirarás? Quantos outros amarás – e já não amas?
Vejo-te daqui, por trás dos fios, e sorris. Será você quem me receberá lá, não é? Com aquele sorriso suspenso, digno de um fabuloso país das maravilhas, abrindo aos poucos, até tornar-se um farol, indicando-me a direção. Qualquer direção (que com você isso não importa). Terás de ser afetuosa: um carinho conhecido far-se-á necessário. E retribuirei com poesia – sinto se elas não são tão boas, mas o amor não é menor.
Agora me empresta esse cobertor de estrelas para eu cobrir as costas e adormecer enquanto ligo os pontinhos.
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