sexta-feira, 22 de março de 2013

Nosotros


Ahí estuvimos desde siempre.
Y ahora nos amamos.
Las estaciones nos observan con curiosidad, a caminar entre ellas como si fuéramos inmortales.
Siempre te quise, de tantas formas. Ahora sé que eres mi compañero, mi pareja.
Sé que la vida nos va a llevar por las montañas, por mares, por cascadas.
Sé que vamos alejarnos, viviremos en continentes distintos, en planetas distintos.
Pero los años nos van a traer de vuelta a nuestra tierra común.
Te voy a amar.
Me vas a querer todos los días.
Viviremos como siempre, a patear las hojas secas que se cuelgan y se caen en el otoño, mirando la puesta del sol por detrás del mar, arriba de nuestra gran piedra en la playa.
[Cocinaremos algo calientito, por el frio, miraremos una película y discutiremos el partido de ayer, o el libro que estamos leyendo]
Uno se va a tomar la mochila y se va a viajar, mientras el otro tendrá su tiempo de vivir y hacer cosas menos compartidas. Y así; en un baile con vueltas, para que todos disfruten, olviden y añoren.

Las flores del jardín florecen, en eterna primavera.


sábado, 2 de março de 2013

Taraxacum



           Faz um lindo dia de outono. Céu azul, sol ameno, vento fresco. É bonito ver a forma como as folhas balançam num balé despreocupado, projetando um pequeno filme de liberdade no chão.
         Essa cadeira de balanço e essa antiga varanda nunca me deixaram na mão. Sempre que preciso entender minha vida, venho para cá. Os amores inconclusos, os trabalhos incompletos, os ideais não alcançados, os caminhos não percorridos. A vida sempre parece curta demais para tudo isso que cabe em mim. Ao mesmo tempo às vezes se veste de beco sem saída, como se já não houvesse mais o que trilhar a não ser essa velha cidade. Tudo tão breve e infinito.
Essa conjuntura de espaço, tempo e clima sempre me levam longe nos pensamentos. Cruzo fronteiras internas, viajo ideias que nem eu sabia que existiam em mim, revejo outros tempos. Às vezes, num lapso, até revivo sensações e sentimentos que pareciam irrecuperáveis, como descreve bem Marcel Proust.
Nunca chego a nenhuma grande conclusão sobre minha vida, é verdade. Mas percebo que há coisas mais importantes para se observar, como o balançar dessas folhas, ou o novo botão de rosa que começa a despontar na pequena roseira que minha mãe plantou para mim. Há também aquele lírio que pensava que tinha morrido com o fim de um amor, mas agora esboça um par de botões brancos. Nada renasce antes que se acabe. E a beleza continua apesar de.
Fecho os olhos, sinto o sol morno aquecendo meus pés gelados. Ouço o acolhedor e desconcertante som daquela steel drum... e deixo levemente de estar.