sábado, 4 de dezembro de 2010

Contraponto

O coração pulsa… Pulsa… Pulsa devagar. Pede para parar. E de repente! Minha pulsação está normal, sem surpresa, sem dor, sem saudade, sem aperto, só alegria, euforia, movimento. De repente, sinto a euforia tomando conta, meu corpo se auto-bombardeando com substâncias que o deixam tenso e relaxado, tenso e relaxado, numa angustia inesperada. Mal me lembro dos tempos antes desse que estou vivendo. E, para que lembrar? Hoje me parece um desperdício de vida. O passado muitas vezes vem me visitar, lembrar-me quem eu fui, quem me tornei, e, às vezes, ele traz alguém junto. Trouxe você. Aqueles tempos, aquela pessoa, para que pensar nisso tudo? Tudo passou. Já não consigo mais gostar dela, já não quero mais saber dela, não sei por que, ela já não é, de forma alguma, parte da minha vida. E com você, com sua lembrança, meu coração entristeceu. Caramba, quanto tempo perdido. Ou não? Não sei... Tendo notícias suas assim, com lapsos de notícias virtuais, meu batimento cardíaco perde o senso de direção. E agora, vou para onde eu quiser, como quiser, com quem quiser. Não tem mais manha na hora de dormir, não tem mais cansaço na hora de andar, olhar enviesado, rato no telhado, palavras ásperas. Por que vivemos do jeito que vivemos? Por que permitimos que o que deveria ser amor se torne desamor, mágoa, limitação, prisão, angústia? E tudo isso com um amor profundo que tenta se manter desse jeito distorcido, sem saber que há como ser livre, que há como ser feliz, que há como amar, de fato. Foi tanta coisa, que nem sei se quero, de verdade, que ela seja feliz... Nem sei se quero fingir que somos amigos, que podemos unir ideais, que podemos viver em harmonia. nem sei se esse amor no peito tem cabimento. A essa altura, era para tudo ter ido embora. Mas, eu não sei deixar de amar, nunca soube. Amo tanto, tudo, todos. Mesmo aqueles que devia ter deixado de amar. Eu quero que você seja feliz, agora. Eu quero ser plenamente feliz, sem alguém que me cerceie a felicidade. Quero aquela outra, que dança, que canta, que faz circo, que viaja, anda de bicicleta, que é livre como eu. E quero que ela seja melhor para você do que eu fui. E que você seja melhor do que foi para mim. E... Espera. É você, aí na frente? Mas... Será ela, aí, andando? É  você? O que, mas, o que eu... O que eu digo? Será que... Tum. Tum. Tum. Tum. Tum... Tum... Tum.
- Oi!


(do dia 21/11/10)

3 comentários:

  1. Olá, obrigado por seguir meu blog! Mas fiquei curioso eu só conheço uma Vivian, será que é você mesma, a vivian que estudava piano na ArteNOva? Bom, Vivian, seja você ou não a Vivian que conheço eu devo dizer que gostei muito deste texto e que surpreendentemente este texto me parceu bastante adequado para o momento que vivo hoje! Obrigado por tê-lo escrito e parabéns pelo talento expressivo!

    Beijos!
    Luis Gaspar

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  2. Bem-vinda a bordo do piano clássico caríssima Confreira Vivian Valsou.
    Congratulações pelo belo Bola de Elástico.
    Aceite um forte abraço do amigo
    lobão

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  3. claor que o texto é muito vezes melhor do que vou falar: mas eu tinha uma bola de elástico. e gostava muito dela. lembrei agora.

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