sexta-feira, 1 de abril de 2011

Saudade de Vinicius

Me deu saudade de Vinicius. Assim, sem ênclise, mesmo. Me deu saudade daquelas tardes em que sentávamos no parque e discutíamos a vida, ele contando da formosa, me aconselhando nos casos do coração ou do estômago, esboçando uma ou outra poesia. Aí começava a cantar meio erradinho, se eu brincava ele cantava “Desafinado” e ficava tudo ótimo.
Sempre ficávamos até o pôr do sol, minha hora favorita do dia, porque os raios do sol nessa hora ganham uma incidência e uma coloração que deixam tudo mais bonito. Meio da cor do fabuloso destino de quem quer que esteja vivendo por aí.  Aí girávamos até dar uma boa tontura e caímos na grama rindo. E o mundo girava junto. Às vezes um ou outro louco que estivesse por perto entrava na brincadeira, e então era mais gente rindo, assim, por nada. Por nada que era tudo, na verdade. Vocês já giraram até ficar tontos e caíram na grama verdinha num pôr do sol bem amarelado, com um céu azul Luana de fundo? Melhor ainda quando já tem uma estrela despontando, perto da lua. Todo o mundo na festa.
Vivi tanto com Vinicius. Não sei bem o que ele é pra mim, sabe. Amigo, mestre, guru, musa, amor, irmão, pai, avô... Mas Vinicius certamente é uma boa companhia.

Um comentário:

  1. Sinto falta de Vinicius, de Cecilia, Fernando, Roberto, Virgínia, Oscar, de João Gilberto, John Coltrane, Chet Baker, sinto falta de amigos que nem conheci mas que estiveram comigo quando ninguém mais estava! Sempre me impressiono com suas habilidades artísticas! Parabéns novamente!

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