Tenho olhos cansados de tanto
chover. A cada dia o céu se torna mais parte da Terra, em forma d’água. Traz umidade
e melancolia, pois não há sol.
Dentro de mim se instaura a seca.
Quando a chuva vem daqui é por pura empatia às janelas molduras do tempo,
reação afetiva de querer estar com o mundo.
No interior não chove nem faz
sol. Os lagos estão parados esperando crianças chapinharem e gritarem felizes.
Há um vazio nessa sala, com
trânsito repentino de pessoas que entram sem saber aonde vão. Descobrem falso
seu destino e se retiram, reiterando a solidão daqui.
Pergunto-me se seremos todos
anjos nesse espelho de céu que se forma. Pergunto-me se terei vida depois de. E
então me canso de perguntar, e volto a ser.
(01/02/13)
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