quinta-feira, 22 de maio de 2014

O som da última espada caída



Aqui não há
nenhum cão uivando à lua.
Lá fora,
Só o barulho dos pneus
sobre o asfalto seco
e o baixo zunido
da melancolia restante
de carnavais passados,
som monótono proveniente
do inflamado e descamante
desamor fetichizado.
E o som distante
do diapasão da vida
tentando afinar esse caos todo...

Nem uma gota d’água.
Cubos de gelo, porém,
resolvem precipitar
como lançados por uma
atiradeira dos céus.

Aqui dentro
uma calmaria reflexiva
e cansada,
de quem ganhou a batalha
a custa de muitas vidas.

O som
da última espada caída.
É o que resta.
É o alto preço que se paga,
por não se saber dialogar
consigo mesmo.

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